Fala, batuqueiro?! Qual a boa?!

No dia de hoje vamos tratar de um instrumento amado por muitos, mas que, por muito tempo, era tido como subproduto musical.

Sabe de qual instrumento estou falando?!

Caso tenha dito pandeiro, é isso aí! Acertou, meu camarada! – sei que está no título, mas releva! TMJ kkk.

A história do pandeiro

Amigo, pode parecer mentira, mas o pandeiro é datado desde o período neolítico e foi um instrumento muito relevante em continentes como a África, Ásia e Europa.

Apesar da certeza do seu surgimento, nesse período, muitos estudiosos arriscam que ele teve uma origem ainda mais antiga, no período paleolítico.

O uso do pandeiro aconteceu, principalmente, nas grandes civilizações do passado como o Egito e Turquia e era tocado, de forma majoritária, pelas mulheres em festas comemorativas da fertilidade.

No entanto, tanto o instrumento como a pegada era diferente da forma que a gente faz hoje em dia, pois além de tocarem o pandeiro na vertical, o instrumento não possuía platinelas.

OBS: esse instrumento ainda é muito tocado nesses países da Europa e Oriente médio com o nome de Adulfe e Tamburello, respectivamente. Sendo assim, é possível dizer que o seu uso na posição horizontal é invenção brasileira.

O pandeiro chegou ao Brasil através dos portugueses, sendo incorporado nos batuques no início do século XIX, após a fixação da corte portuguesa no Brasil.

Pandeiro de couro ou nylon?

Primeiro, é importante ressaltar, a diferença entre os dois não está apenas em sua pele, mas, também, na técnica imposta para criação de som de cada uma delas.

Mas a diferença não para por aí.

Na verdade, um dos principais fatores a ser observado pra quem quer comprar um pandeiro é observar o peso do instrumento que, no caso do de couro, sendo ele o mais leve, é, em média, 400 gramas.

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Um conselho que eu dou para alguém que encontre um pandeiro de couro, com mais de 600 gramas, é pensar melhor e migrar para um de nylon que, comumente, é mais pesado.

Outra diferença que permite que o pandeiro de couro saia na frente, em relação ao de nylon, é o fato dele ser mais versátil, pois, por ter mais grave consegue tocar vários tipos de música sem depender de muitos instrumentos.

Outro ponto positivo do pandeiro de couro é que ele permite que você brinque um pouco mais com a afinação, ou seja, tocando ele com uma afinação um pouco mais frouxa ou apertada.

Caso alguém esteja se perguntando sobre a afinação no pandeiro de nylon, já adianto que ele não permite muita variação, pois, por exemplo, caso afrouxe muito, o som desaparece.

Uma vez que já apresentamos muito as vantagens de um pandeiro de couro, vamos apresentar, um pouco, suas desvantagens.

Desvantagens do pandeiro de couro

Sua principal desvantagem, muito provavelmente, é o fato do som dele não ser, assim, tão alto, como podemos perceber no toque do pandeiro de nylon.

Sendo assim, por muitas das vezes, é utilizado um microfone para ressaltar as notas graves, médias e, até mesmo, agudas do pandeiro.

Pandeiro para quem está começando

É de costume, de muitos, indicar o pandeiro de couro para quem está começando, pois, além de permitir que você toque vários estilos musicais, é um instrumento leve.

Porém, o correto é identificar sua necessidade.

Batuqueiro, para que você quer tocar pandeiro?

Tocar com seu primo que manda vê no violão? – nesse caso recomendaria o pandeiro de couro.

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Tocar em um grupo de pagode onde tem outros instrumentos de percussão? – escolha, então, o pandeiro de nylon.

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Como pode ver, camarada, não existe o instrumento certo para iniciante, existe, na verdade, o instrumento certo pra você!

DICA: se puder, pratique com os dois!

Entendendo os tipos de timbre

Apesar do pandeiro não ser um instrumento temperado, como o teclado, ele não deixa de ser privilegiado, afinal, é uma das poucas percussões pela qual podemos tirar o som grave, médio e agudo.

No entanto, como toda percussão, ela não trabalha com notas precisas, mas, sim, com sons de impacto e agitação a fim de tirar o som agudo das platinelas.

Entendendo isso, então, veremos onde tirar cada um dos sons:

  1. Grave: parte externa do couro;
  2. Médio: no exato centro do pandeiro;
  3. Agudo: reside na borda do pandeiro a fim de que apenas as platinelas soem.

E aí, ficou claro? Sim? Então vamos para o próximo passo, que é…

Como começar a tocar pandeiro

O primeiro passo para começar a tocar pandeiro é entender que o instrumento consiste em uma estrutura circular de madeira que é coberta por uma pele, ou membrana, e que possui em sua circunferência pares de pequenos pratos que se chama platinelas – responsável pelo chacoalhar do som.

Ficando claro a sua estrutura, prossigamos a falar da forma correta de usá-lo.

Qual a maneira correta de se segurar um pandeiro?

A mão responsável por segurar o pandeiro deve ser, sempre, a mão não dominante e, assim, com os seus dedos dobrados debaixo da estrutura do pandeiro, como na imagem abaixo do percussionista Carlos Café, permita que o seu polegar repouse sobre a pele.

Mas o que fazer com a outra mão? – alguém pode estar se indagando por aí.

É fácil. Ela será a responsável pelo batuque. Mas preste bastante atenção. Tenha muito cuidado ao golpeá-la, pois, caso faça com muita força, é provável que você abafe o som.

Mas não apenas isso.

Evite, também, colocar seus dedos nos orifícios responsáveis pelo encaixe das platinelas, pois isso, mais uma vez, poderá abafar o som, além de dificultar o manuseio do instrumento, fazendo com que ruídos indesejados ocorram no meio da prática.

Outra queixa que sempre surge quando se está começando a tocar o pandeiro é o cansaço proveniente do tempo que o músico permanece segurando o instrumento. Mas quanto a isso: é questão de treino resistido. Mas, ainda assim, segue uma dica: tente não segurar o pandeiro com tanta força quando for tocar, pois isso potencializará sua fadiga.

Que tal começar a batucar? – Notações básicas

Ficando claro as timbragens que um pandeiro pode ter e fazer, vamos entender melhor qual a forma correta para extrair cada um desses sons.

Começando com o grave, você deve bater toda extensão do polegar na parte externa do couro – cuidado para não ficar batendo no aro, pois machuca.

Indo para o som agudo, você faz através das pontas dos dedos na extremidade do pandeiro, fazendo as platinelas chacoalharem. Enquanto o som médio é feito através do slap, ou tapa, que acontece no meio do instrumento.

Ritmos para treinar o batuque

Cada ritmo tem o seu batuque, ou melhor, sua levada, sendo alguns deles o:

  1. Forró;
  2. Pagode;
  3. Samba;
  4. Maracatu
  5. Baião e muitos outros.

Conclusão

O pandeiro é, de fato, um instrumento muito incrível e versátil, não é mesmo?

Agora, o que falta para você que já tem o instrumento, é persistência. Tenha calma que errar é normal e servirá de aprendizado para você melhorar cada vez mais.

E, pra você, que ainda não tem um pandeiro o que está esperando? Temos um perfeito pra você!

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Reinan Santos

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