Fala, batuqueiros e batuqueiras! Quem é que não curte receber dicas de um grande músico, não é mesmo? Nesse sentido, hoje trazemos um pouco da história e dos conselhos do excelente percussionista Diogo Cepakkol.

Recentemente, ele marcou presença no Batuqueiros Podcast, cujo episódio você pode conferir na íntegra AQUI. No bate-papo, ele falou sobre o desenvolvimento de sua carreira e forneceu recomendações muito interessantes aos jovens percussionistas.

Em seguida, resumimos os melhores momentos da conversa para você conferir aqui no blog. Preparado? Então, vamos ao conteúdo!

Quem é Diogo Cepakkol

Antes de mais nada, vamos conhecer um pouco mais sobre o músico? Bom, Diogo Cepakkol é um percussionista multi-instrumentista e especialista em pandeiro. Atualmente, soma mais de duas décadas de carreira, colecionando trabalhos com grandes nomes, como Grupo Sambaí, Belo e Ferrugem.

Além disso, Cepakkol desenvolveu um curso online muito bacana para quem deseja aprender os segredos do pandeiro sem sair de casa. 

O começo da carreira de Diogo Cepakkol

Desde cedo, Diogo esteve inserido no mundo da música. Os tios dele eram do mundo do samba, chegando a fazer parte do histórico grupo Raça, por exemplo. Então, o pequeno Diogo já arriscava as suas notas – ele recebeu o primeiro cachê aos 10 anos de idade.

E como veio o nome Cepakkol? Olha só: a apelido foi dado pelo percussionista Azeitona, que atualmente integra a banda do artista Xande de Pilares.

Lá no início de carreira, os músicos foram colegas em um grupo chamado Batuque Novo. No primeiro dia de ensaio de Diogo, o brincalhão Azeitona já batizou o parceiro de Cepakkol. A princípio, Diogo não gostou muito, mas logo o apelido pegou e foi assumido pelo percussionista. Ele explica o nome artístico pelo largo sorriso. Bacana, né?

Das cordas para a percussão

Pouca gente sabe que Cepakkol começou no mundo da música tocando cavaquinho. No entanto, ainda na adolescência, ele trocou as cordas pela percussão, já que o seu grupo atual precisava de um pandeirista.

A transição foi um grande desafio para ele na época. “O instrumento de cordas não exige tanto da parte física, ao contrário da percussão, que é mais agressiva. Na época, os pandeiros eram mais pesados. Levei um bom tempo até me acostumar”, lembra o músico.

Essa mudança de instrumento não foi a única dificuldade na carreira de Cepakkol. “A minha família sempre teve uma boa condição, realmente me considero um privilegiado. Por isso, alguns colegas músicos me olhavam diferente, com preconceito, já que eu não precisava ser músico para sobreviver”.

Outra barreira veio da própria família. O pai era funcionário público e queria que o filho seguisse o mesmo caminho. “Eu fiz faculdade, me formei, mas a música sempre esteve em primeiro lugar na minha vida. O caminho da música é difícil. Muita gente de talento acaba desistindo da carreira por não ter as mesmas oportunidades que outras”, afirma.

Então, Cepakkol seguiu firme em seu sonho e superou as dificuldades. Hoje, integra a banda de ninguém menos do que o cantor Ferrugem e é um dos grandes nomes da percussão brasileira.

Referências musicais

No bate-papo com a nossa equipe, o percussionista listou algumas de suas maiores influências. O tio Tontonho, do grupo Raça; Sérgio Rufino, do grupo Revelação; Bira Presidente; Paulinho da Aba, e Fabio Miudinho são alguns deles.

“Aprendi muito com todos. Hoje, sou colega do Miudinho na banda do Ferrugem. Para mim, ele foi um dos caras que mais inovou no pandeiro. Peguei muitas coisas legais com ele”.

Dicas sobre pandeiro

Outro assunto abordado na conversa do nosso podcast foram dicas para quem está começando a tocar pandeiro. Em seguida, confira algumas delas:

Qual tamanho de pandeiro escolher?

“Iniciantes podem começar com 10”, 11” ou até 12” dependendo do peso. No começo, dê preferência para instrumentos leves, que vão te dar mais mobilidade. Lembre-se de que um pandeiro maior dá mais possibilidades sonoras, porém exige mais esforço. Mude o tamanho conforme a sua evolução. Comecei com o pandeiro de 10” e demorei para mudar para o de 11”, pois na época os instrumentos eram bem mais pesados. Fui evoluindo aos poucos, até chegar ao de 13”.”

Qual a pele ideal?

“Atualmente, prefiro a pele transparente. No entanto, para certos trabalhos, uso a leitosa tradicional mesmo. Para iniciantes, indico usar a afinação mais aguda, pois a pele não vibra tanto e as platinelas não ficam altas demais. Aos poucos, vá baixando a afinação, pois isso dará mais tempo de reverberação das batidas”.

É possível inovar no pandeiro?

“Alguns pandeiristas só usam o dedão, mas é possível usar a mão inteira, todos os dedos. Sofri um pouco de preconceito por tentar inovar, mas, quando as pessoas ouvem o resultado, passam a respeitar. Assim, gosto de criar viradas, firulas e tal. Sempre busco aumentar meu repertório de improviso. Modéstia à parte, me considero um músico inovador”. 

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Conselhos para percussionistas

Agora, chegou o momento de conferir os conselhos gerais que Diogo Cepakkol deu para os novos percussionistas. Confira!

Comece pelo simples

“Primeiramente, domine o fundamento básico do seu instrumento de percussão. Depois, adicione recursos, como variações, firulas e dinâmicas diferentes. Assim, conseguirá abrir outros caminhos, mas sem esquecer a essência do instrumento”.

Esteja preparado para as oportunidades

“Não se acomode com o nível que você atingiu. Visualize o próximo desafio e se prepare para ele. Quando a oportunidade aparecer, você dará conta do recado. Foi assim que a minha carreira cresceu”.

Não pare de se aperfeiçoar

“As pessoas acham que por ter certo destaque no meio musical, eu não estudo mais. Isso não é verdade. No momento, tenho estudado muito a nitidez nas notas do pandeiro. Então, treino bastante precisão e divisões rítmicas”.

Domine vários tipos de percussão

“Tocar vários instrumentos de percussão é muito importante para conseguir trabalhos. Se a vaga do seu instrumento principal estiver ocupada, você pode ser posicionado em outro lugar. Isso aconteceu comigo e deu muito certo”.

Abra a mente para outros estilos

“Eu ouço vários tipos de sons, de ópera a Coldplay, passando por música instrumental. Estou em constante atualização para agregar ao samba e ao pagode. Sempre é possível inovar no instrumento, então busco isso”.

Estude instrumentos diferentes

“O fato de eu ter começado no cavaquinho me ajudou muito. Hoje, costumo ouvir e estudar solos de outros instrumentos, incluindo guitarra, violão e o próprio cavaco. Até cantores me inspiram, como o Ferrugem. Ele é um cara muito versátil, com uma abordagem musical que me traz várias ideias para aplicar no pandeiro”.

Enfrente as dificuldades de frente

“Viver da música não é fácil, você vai ter de abdicar de muita coisa. Se você quer ser um músico profissional, não deixe de estudar. Precisa de 100% de dedicação e responsabilidade. Não adianta ter talento e não ser responsável em sua carreira”.

Conclusão

Por fim, Diogo Cepakkol compartilhou seu maior sonho na atualidade. “Quero muito fazer com que a minha roda de samba chegue a lugares inimagináveis. Não me considero um cantor, sou um animador de festa (risos), mas sempre amei fazer roda de samba. Realmente adoro reuniões de pessoas para tocar música”.

Bacana demais! Esperamos que você tenha curtido este artigo sobre o grande percussionista Diogo Cepakkol. Fique ligado, porque em breve teremos mais textos bacanas por aqui.

Grande abraço!

Fernando Paul

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