Olá, batuqueiros e batuqueiras! Tudo certinho por aí? Esperamos que sim! Hoje, trazemos aqui um pouco da inspiradora história de Renan Cabral, um jovem percussionista que está dando o que falar no meio musical. Não é exagero dizer que o cara é um verdadeiro exemplo quando falamos de amor pela arte do batuque.

Recentemente, ele participou de uma live no perfil do Instagram do Clube da Percussão, contando sua trajetória, como entrou no mundo da música e de que maneira passou a integrar a banda de ninguém menos do que o artista Tiee. Bacana demais!

Então, chega de delongas, vamos ao que interessa!

O começo da trajetória de Renan Cabral

Atualmente com 23 anos de idade, Renan Cabral conta que, desde que se entende por gente, sempre esteve envolvido com música. Seus tios e primos tocavam, porém o primeiro contato significativo com a percussão veio quando ele tinha 7 anos, em Embu das Artes, São Paulo.

A história é curiosa, olha só! A mãe de Renan o colocou em uma associação cultural para fazer aulas de violino. No entanto, o pequeno Renan não morreu de amores pelo instrumento clássico, mas logo emendou uma proposta ao professor: fazer o acompanhamento, mesmo que fosse batucando em uma mesa ou em um balde. Menino ousado, né?

Pouco depois, a família se mudou para a cidade de Carapicuíba. Lá, havia uma casa de shows perto de sua casa, e Renan logo conheceu as rodas de samba. Não demorou para que ele se apaixonasse pelo repique de mão, seu primeiro instrumento. Então, cheio de coragem, ele passou a participar de algumas apresentações, e os músicos mais experientes logo viram que o menino levava jeito. Aos poucos, ele foi aprendendo os ritmos e viradas, além de conhecer vários artistas.

Gratidão à família

Quando Renan começou a ser requisitado nos palcos, seu pai passou a exigir que os artistas pagassem a criança pelo trabalho. Como agradecimento, ao ganhar seu primeiro cachê, o pequeno Renan comprou uma pizza para a família toda comer e comemorar. Esse momento marcou a vida dele para sempre. Pois é, meus amigos, gratidão e família são tudo em nossas vidas!

Por volta dos 9 anos de idade, Renan começou a fazer contatos importantes. Por exemplo, passou a tocar pandeiro com ninguém menos do que o artista Almirzinho. O moleque não era fraco, não!

Música como profissão

A partir de 2008, Renan mergulhou de cabeça no samba, seu gênero preferido, e passou a atuar como músico autônomo constantemente. Há poucos anos, ele começou a estudar na EMESP Tom Jobim, a Escola de Música do Estado de São Paulo.

Renan também adotou o tantã como seu instrumento principal – para quem está curioso com a configuração que ele usa, anote aí: 11” x 55 cm, com afinação grave, ou seja, pele mais solta. Segundo Renan, o tantã é o melhor instrumento para começar no mundo da percussão.

Leia também: Entenda a diferença entre tantã e rebolo

Em 2021, ele gravou seu primeiro DVD, com participação de nomes como Ferrugem e Marcelinho Moreira. Renan cantou, tocou e registrou uma roda de samba própria. “Foi uma honra apresentar sambas antigos e regravar músicas mais atuais de amigos também. É muito importante ter esse material para mostrar meu trabalho”.

A grande oportunidade

Lembra que Renan estava cursando a faculdade de música? Porém, ele teve de interromper as aulas por uma boa causa: um convite para comandar o tantã no pelotão do renomado artista Tiee. Aliás, essa história também é muito boa!

Antes de um show com Nego Branco em São Paulo, Renan ficou preso no metrô por conta de uma pessoa que pulou na linha. Depois de cerca de duas horas parado dentro do vagão, ele conseguiu sair da estação para pegar um carro de aplicativo e tentar chegar na hora marcada.

O preço da corrida saiu bem caro, o tempo era apertado, mas o motorista disse que o ajudaria: “Fique em paz, pois Deus tem o melhor para você”, falou ao percussionista. Ali mesmo, dentro do carro, Renan recebeu uma mensagem de Tiee no Instagram. O artista escreveu: “Filho, tudo bem? Me passa seu telefone”.

Renan começou a tremer e seus olhos se encheram de lágrimas. Os dois se falaram por telefone e o convite foi feito: Tiee queria que Renan se mudasse para o Rio de Janeiro para que tocassem juntos. Nessa hora, Renan conta que passou um filme em sua cabeça – ele só conseguia pensar em sua infância e em sua família.

Desafios de tocar com Tiee

Depois que Renan chegou ao Rio de Janeiro e se encontrou com Tiee, ficou dois dias sem dormir até o primeiro show, tamanha a ansiedade. Renan conta que não ensaiou para subir ao palco pela primeira vez com o novo grupo. Ele se sentiu “em uma guerra”.

A princípio, no show de estreia, Renan ia só acompanhar e observar, mas na primeira música ele já foi requisitado e percebeu que a exigência seria alta. No entanto, ele se superou e conseguiu dar conta do recado. Até hoje, todas as vezes em que sobe no palco com Tiee, Renan tem um frio na barriga.

É importante dizer que Charles Nunes, o músico que foi substituído na banda de Tiee, é uma referência e um grande amigo de Renan. Charles sempre foi muito querido no pelotão, sendo até chamado de “Camisa 10” pelos colegas, devido à enorme importância no grupo.

Renan herdou essa responsabilidade. Ele conta que, musicalmente, tocar com Tiee é um grande desafio, pois há muitos breques de tantã, arranjos todos baseados no instrumento e muitas convenções. Apesar das dificuldades, Renan vive um verdadeiro sonho. “O tantã está me levando para lugares que eu jamais esperaria”, afirma.

A importância das redes sociais

Muito bacana a trajetória profissional de Renan Cabral! Falando nisso, as redes sociais foram fundamentais para que ele mostrasse seu trabalho. Sabe como Tiee conheceu o Renan? Pelos vídeos postados no Instagram.

Como representante da nova geração de percussionistas, Renan acredita que a internet facilitou muito as coisas. “Quando eu comecei, não havia celular nem videoaulas. Hoje é muito mais simples mostrar seu trabalho. Muita gente me diz que tem evoluído com base em meus vídeos no YouTube e Instagram, e sou muito grato a elas. Gosto muito quando as pessoas gravam vídeos tocando e me marcam, é muito importante esse reconhecimento”. 

Conselhos aos jovens batuqueiros

Na entrevista, o percussionista aproveitou para dar alguns conselhos aos que estão entrando no mundo do batuque.

“Os jovens músicos têm a tendência de fazer as coisas ao contrário. Primeiramente, eles querem fazer as viradas, as firulas, em vez de aprender a base do instrumento. É preciso adquirir resistência e aprender a levada básica antes de se aventurar em técnicas mais avançadas”, alerta Renan. 

Fora essa pequena crítica, ele também deixou uma mensagem de incentivo aos batuqueiros que estão começando. “Se você não tem instrumento, toque em um balde, em uma panela, em uma lata de lixo, no próprio corpo. Para tudo tem um jeito. O cara lá de cima sempre está olhando por você, continue estudando e não desista dos seus sonhos. Tudo tem seu tempo”.

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Conclusão

Para fechar, Renan compartilhou conosco seu maior sonho. “Um dia poder viver da minha música, e não das músicas dos outros. Isso não é ruim, pois tem fases para tudo. Mas um dia gostaria de ser meu próprio patrão, dono do meu próprio negócio, de repente ter uma roda de samba própria. Viver da forma que eu canto, da forma que eu toco”.

Legal, né? Com essa declaração, chegamos ao fim do nosso artigo de hoje. Esperamos que tenha gostado! Afinal, é sempre muito bom se inspirar com a história de outros percussionistas, não é mesmo?

Fique ligado, porque em breve postaremos mais conteúdos desses por aqui. Um abraço, muito batuque para você!

Fernando Paul

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